Contemple a natureza

Contemplar a natureza é um convite à introspecção, uma chance de nos conectarmos com algo maior do que nós mesmos. Cada pôr do sol, com suas nuances de laranja e rosa, nos lembra que mesmo os dias mais difíceis terminam em beleza. Cada tempestade que passa, com sua força e intensidade, nos ensina sobre resiliência e renovação.

Vivenciar a natureza é permitir-se ser tocado por sua simplicidade e complexidade. É entender que somos parte de um todo, onde cada ser, cada folha, e cada gota de chuva desempenha um papel crucial. Na natureza, encontramos inspiração, cura e uma lembrança constante de que, assim como ela, temos a capacidade de florescer, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras.

Que possamos, a cada dia, buscar mais momentos de conexão com o mundo natural, percebendo que a verdadeira beleza está nos detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Afinal, a natureza é generosa, ela oferece seus tesouros a todos que estão dispostos a parar e olhar. Apenas pare um pouco e contemple!

A fé para além dos muros

Certa manhã, enquanto o sol invadia o quarto, atravessava as cortinas finas com a gentileza de quem não quer acordar tao cedo, fiquei pensativa sonre a rotina matinal – orar, ler e agradecer. Era um dia comum, ou assim pensei, até que uma indagação curiosola surgiu, daquelas que aparecem como uma brisa suave antes de uma tempestade: “E se a fé não estiver restrita a um lugar, a um templo, a um livro sagrado?”

Desde criança, fui doutrinada a buscar respostas em rituais, em prédios sagrados, em textos antigos e tradições. Acreditava que a fé tinha um endereço, um CEP, um mapa específico para ser encontrada. Ouvia que a salvação, a paz interior e a compreensão do universo só poderiam ser alcançadas se seguisse o caminho traçado por uma religião específica.

Mas, naquela manhã, enquanto me levantava e a luz suave do sol tocava meu rosto, senti algo diferente. Era como se uma porta invisível se abrisse em minha mente. O que antes era um quarto fechado, onde a fé era uma pequena chama protegida dentro de uma lanterna, agora se transformava em um campo aberto, onde o fogo da fé podia arder livremente, sem medo de se apagar.

Percebi que a fé não era propriedade exclusiva de ninguém. Ela não vestia trajes religiosos, não falava uma língua específica, não exigia reverências. A fé era aquela sensação de que, no fundo, tudo faz parte de algo maior e inexplicável. Ela era o olhar de uma mãe que acalma o choro do filho, o brilho nos olhos de um amante apaixonado ao ver o outro, o silêncio reconfortante de uma noite estrelada, o abraço apertado que celebra a amizade.

A cada passo que dava naquele dia, me sentia mais livre, como se estivesse deixando para trás uma velha armadura. Entendi que a fé não precisava ser cercada por muros ou defendida com argumentos. Ela era tão natural quanto o ar que respirava. Não precisava de intermediários, de fórmulas complicadas ou de ritos obrigatórios.

A verdadeira fé, percebi, é a confiança inabalável no poder da vida, na força que nos move, nos conecta e nos transforma. É a certeza de que, mesmo nas tempestades, há um propósito, e mesmo nas sombras, há uma luz. Ela nos chama para olhar além dos limites, para ver a beleza na diversidade, para encontrar a paz dentro de nós mesmos.

Naquele momento, entendi que a fé independe de religião. Ela é a essência do que somos, a busca pela verdade, pelo amor, pela compaixão. Ela está presente em cada gesto de bondade, em cada sorriso compartilhado, em cada ato de coragem diante do desconhecido.

Enquanto o dia avançava, senti uma gratidão profunda por essa nova compreensão. Não estava abandonando a fé, estava, na verdade, reencontrando-a em sua forma mais pura. A fé, finalmente, estava livre para voar, sem barreiras, sem fronteiras, sem limites.

E assim, segui meu caminho, com a certeza de que a fé, aquela força silenciosa e poderosa, sempre esteve dentro de mim, esperando apenas o momento certo para despertar.