Nunca pensei que uma fratura mudasse tanto a rotina de uma pessoa. Logo eu, sempre tão ativa! Levanto diariamente às seis da manhã e me deito à meia noite. Todos os dias, entre minhas atividades está cuidar da casa, dos filhos, do marido, administrar consultas médicas e odontológicas dos cinco, levar e buscar na escola, faxinar, lavar, passar, cozinhar e claro, trabalhar. Concílio tudo isso em paralelo com meus projetos pessoais (como meu livro novo, blog e canal no YouTube, por exemplo) e ainda me divido entre um ou outro imprevisto que por hora aparece (pai, mãe, irmãos, sobrinhos e amigos).

Repentinamente, um tombo bobo, muita dor, raio x, diagnóstico de fratura no pé, receita de antinflamatório, gesso até  o joelho e um atestado médico de repouso pelos próximos 45 dias, muda por completo minha rotina.

Parar um pouco não era nem de longe o que estava nos meus planos de curto prazo. Pelo contrário, estava no pique, cheia de ideias e projetos encaminhados. A começar pelos eventos agendados, aniversários (de pessoas muito especiais, por sinal, meu irmão e meus sobrinhos Henrique, Alice e Laura, festas juninas, quadrilhas, festa da família na escola,  psicoterapia, desafios profissionais e uma especialização em andamento.

Podem até dizer por aí a fora que o ruim do pé é o xulé, a unha encravada ou o calcanhar rachado. Pra essa imediatista jovem senhora que vos fala, o ruim do pé é quando ele deixa de cumprir sua função de sustentação, locomoção e independência.

Já diz o velho ditado, que para o que não tem remédio, remediado está. Por isso, compartilho esse texto. Quero dividir com você, que me lê agora, algumas percepções desse turbulento período. Estou refletindo sobre valores esquecidos na correria do dia a dia. Parece que só reparamos certas coisas, quando paramos – proposital ou forçadamente.

Gestos simples como apreciar o valor de um bom banho sem se preocupar em molhar o gesso, o calor do abraço daquele amigo querido que largou tudo e veio te ver,  o por favor ou muito obrigada é pouco diante de tudo o que aqueles que amamos fazem por nós, principalmente quando a coisa aperta.

Exalo gratidão a Deus pelo simples ato de colocar comida no prato, estender a cama ou pendurar a toalha. Aproveito e agradeço meus pais, irmãos, marido e filha por me proporcionarem conforto e bem-estar nesse processo lento e doloroso de recuperação.

Se me permite, sugiro que você ouse desacelerar um pouco. Nos nós achamos insubstituíveis e necessários demais. Diante de um imprevisto vimos o quão frágeis e limitados nos tornamos. Desfrute seus dias, se alegre mais, agradeça sempre e ame muito!

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